Os fiscalizadores bateram-lhe à porta.
- Quem é?
- Somos nós, os que fiscalizam. Situações e tudo mais.
Pânico. Seria a primeira vez que queriam fiscalizar a sua Casa Caverna. Encostou-se à parede mais próxima e pensou: "A arte da fuga, a arte da fuga".
Os homens voltaram a bater na madeira da porta.
- Neste momento, não posso atendê-los. O meu gato não está bem. Não se sente bem.
- Ora vamos, se não abrir agora, voltaremos mais tarde. Jã sabe como é.
- Sim, sei como é. Ouvi dizer... Mas ele está mesmo muito mal! Concerteza comeu alguma coisa...
- Muito bem. Seja. Estaremos de volta pelas 7 horas e 3 minutos. Seria aconselhável que aqui estivesse. A fiscalização não pode passar de hoje!
Ela, ainda encostada à parede, respirou de alívio mantendo os olhos muito abertos.
Com passo acelerado atravessou o seu pequeno Corredor Caverna, dirigindo-se ao seu (ainda mais pequeno) Quarto Caverna. De um armário embutido na parede, tirou uma mochila. Começou então a recolher vários utensílios, objectos e outras coisas úteis.
Já de mochila às costas, encaminhou-se para a sua Cozinha Caverna e lavou os últimos restos de loiça. Deixo-a a escorrer, muito arrumadinha.
Depois, foi até à única janela da Caverna e saiu por ela. Assim, como quem sai.
Nunca mais ninguém a viu. Do gato, também não há notícias.
7 comentários:
hmm...a alegoria da caverna?
Nop. Não pensei sequer nisso, mas quem lê é quem vê!
q bom
... o texto ou os comentários?
o texto..
Ok..e obrigada.
nao agradeças, escreve mais!..
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