segunda-feira, novembro 27, 2006

a fiscalização

(coisas úteis)


Os fiscalizadores bateram-lhe à porta.

- Quem é?

- Somos nós, os que fiscalizam. Situações e tudo mais.

Pânico. Seria a primeira vez que queriam fiscalizar a sua Casa Caverna. Encostou-se à parede mais próxima e pensou: "A arte da fuga, a arte da fuga".

Os homens voltaram a bater na madeira da porta.

- Neste momento, não posso atendê-los. O meu gato não está bem. Não se sente bem.

- Ora vamos, se não abrir agora, voltaremos mais tarde. Jã sabe como é.

- Sim, sei como é. Ouvi dizer... Mas ele está mesmo muito mal! Concerteza comeu alguma coisa...

- Muito bem. Seja. Estaremos de volta pelas 7 horas e 3 minutos. Seria aconselhável que aqui estivesse. A fiscalização não pode passar de hoje!

Ela, ainda encostada à parede, respirou de alívio mantendo os olhos muito abertos.

Com passo acelerado atravessou o seu pequeno Corredor Caverna, dirigindo-se ao seu (ainda mais pequeno) Quarto Caverna. De um armário embutido na parede, tirou uma mochila. Começou então a recolher vários utensílios, objectos e outras coisas úteis.

Já de mochila às costas, encaminhou-se para a sua Cozinha Caverna e lavou os últimos restos de loiça. Deixo-a a escorrer, muito arrumadinha.

Depois, foi até à única janela da Caverna e saiu por ela. Assim, como quem sai.

Nunca mais ninguém a viu. Do gato, também não há notícias.

7 comentários:

João Blümel disse...

hmm...a alegoria da caverna?

joana pais de brito disse...

Nop. Não pensei sequer nisso, mas quem lê é quem vê!

El-Gee disse...

q bom

joana pais de brito disse...

... o texto ou os comentários?

El-Gee disse...

o texto..

joana pais de brito disse...

Ok..e obrigada.

El-Gee disse...

nao agradeças, escreve mais!..