quinta-feira, novembro 30, 2006

cheirinho a óleo de cedro

Alguém aspira freneticamente todos os andares.
Alcoitão por ora fechado, até segunda feira.
Salvé fim de semana!
E tudo o que lhe é inerente.

quarta-feira, novembro 29, 2006

arranja uma vida

(Neo Rauch, Quiz. 2002)
A mesquinhez é uma coisa muito feia.

A mesquinhez acidifica-me o diafragma. Mareia-me.

É um sítio com areias movediças e línguas de fora.

Quando a mesquinhez acontece, apetece ser estrangeiro e dizer: "GET A LIFE!".

Há muia gente que a usa, como água de colónia que se põe pela manhã.

segunda-feira, novembro 27, 2006

a fiscalização

(coisas úteis)


Os fiscalizadores bateram-lhe à porta.

- Quem é?

- Somos nós, os que fiscalizam. Situações e tudo mais.

Pânico. Seria a primeira vez que queriam fiscalizar a sua Casa Caverna. Encostou-se à parede mais próxima e pensou: "A arte da fuga, a arte da fuga".

Os homens voltaram a bater na madeira da porta.

- Neste momento, não posso atendê-los. O meu gato não está bem. Não se sente bem.

- Ora vamos, se não abrir agora, voltaremos mais tarde. Jã sabe como é.

- Sim, sei como é. Ouvi dizer... Mas ele está mesmo muito mal! Concerteza comeu alguma coisa...

- Muito bem. Seja. Estaremos de volta pelas 7 horas e 3 minutos. Seria aconselhável que aqui estivesse. A fiscalização não pode passar de hoje!

Ela, ainda encostada à parede, respirou de alívio mantendo os olhos muito abertos.

Com passo acelerado atravessou o seu pequeno Corredor Caverna, dirigindo-se ao seu (ainda mais pequeno) Quarto Caverna. De um armário embutido na parede, tirou uma mochila. Começou então a recolher vários utensílios, objectos e outras coisas úteis.

Já de mochila às costas, encaminhou-se para a sua Cozinha Caverna e lavou os últimos restos de loiça. Deixo-a a escorrer, muito arrumadinha.

Depois, foi até à única janela da Caverna e saiu por ela. Assim, como quem sai.

Nunca mais ninguém a viu. Do gato, também não há notícias.

domingo, novembro 26, 2006

o monstrengo

(Francis Picabia, 1942,
Portrait of a Couple)

Informação importante (acrescente-se o superlativo absoluto):

Alfacinhas e outros, que na periferia, também contam para a estatística. Grande acontecimento da cidade, desta nossa cidade. Inaugurou ontem a árvore de natal maior da Europa (ou será do Mundo?).

Oh sim, felicidade!

Oh sim, extase!

Oh, alegria e "Joy to the world..."!
É motivo para estarmos felizes.

Se não se sentem muito felizes, confortáveis e acompanhados então, há algum problema.
Não gostar da árvore do Terreiro do Passo, é não gostar do natal e do seu espírito.
Há que fazer a romaria e assim, fazer parte. Disto tudo.








sábado, novembro 25, 2006

verde por uma green?




A Menina está de volta!

E afinal, quem é Menina?

Chama-se Eva Green e, em 1980, nasceu em Paris. É actriz, filha de uma outra actriz e de um dentista ( não que isto interesse para alguma coisa).

Fez os seus estudos teatrais, como deve ser - a coisa resultou ( e a genética ajudou). A primeira vez que a vi foi num filme do Bertolucci " The Dreamers", que recomendo intensamente (é daqueles que pais e filhos não devem ir em conjunto...mesmo!). Entretanto fez outras coisas, aliás sem interesse nenhum, ou muito pouco - por exemplo: "Arsene lupin" e "Kingdom of Heaven".

Agora volta, em "Casino Royale" - o novo bôndico. E que melhor que um 007 para eternizar uma cara?

Quem precisa do Sr. Craig, quando se pode ter a Menina Green?








bom fim de semana

(este é do Almada)


A manhã começou com Tony Carreira.


Por toda a rua ecoavam os seus acordes românticos.


E a chuva cai.


Que mais se pode querer?

quinta-feira, novembro 23, 2006

Blue Monochrome




Yves Klein, 1961



Os insondáveis mistérios da arte.

quarta-feira, novembro 22, 2006

fascinação


"Os sonhos mais lindos
sonhei
de quimeras mil
um castelo ergui
(...)"


(Porque faz sempre bem, ao corpo e ao espírito, ouvir a doce Elis.)

há lodo no cais



Hoje, Belém.

hare krishna


Notícias gastronómicas:
Novo restaurante indiano, BOM e BARATO.
Nome: Krishna
Localização: Rua Luis de Camões, 123
tel: 213 644 440
Fica na antiga localização de um restaurante chinês, sem espírito, que entretanto fechou.
O décor ainda é um pouco chinês, o que lhe dá um certo charme (afinal, onde termina uma cultura e começa outra? ui, antropologices).
Os preços variam de 5 e tal a 15, sendo a média pelos 6 e picos.
O arroz (basmati) é muito bom.
Serviço muito delicado e atencioso. Atenção, que só um dos gentis é que entende os pedidos em português.
Quanto à menina da foto...não garanto que a encontrem por lá.
Isto dos imprevistos nunca se sabe, haja esperança!

segunda-feira, novembro 20, 2006

info inútil

Iupi! já sei pôr isto sem espaços intermináveis...
Obrigada pela ajuda (ok esta é private).

flow

lento lento
rápido-rápido
lento lento
Assim bate o coração.

três corpetes, um avental


Todos falam do Natal, quando ainda não é Natal. E as janelas também, com os seus sons luminosos e senhores de barba branca, a trepar pelos beirais.

Com sorte ainda se apanha, uma ou outra fachada sem sabores natalícios. Fica o registo.





sábado, novembro 18, 2006

errata

Kandinsky, senhores!

errata

Onde se lê Bavária deve ler-se Baviera.
Ai, ai...

folk punk rock



Violent Femmes no coliseu, dia 23 de Novembro, pelas 21.30

25 euros, em pé lé em cima ou na plateia.

ok, o preço não é muito aliciante...







sexta-feira, novembro 17, 2006

festa festa


A menina está feliz
porque gosta muito de fazer trabalhos de grupo.
E dança com o cão para comemorar. Entendem-se bem.

quinta-feira, novembro 16, 2006

esplendor


É do Kadinsky e chama-se "Outono na Bavaria".

Tem umas belas cores.

Escolhi-o porque hoje o céu está azul.

A chuva é boa, gosto mesmo, mas em Alcoitão perde todo o seu esplendor... Sendo assim, viva o sol de inverno e o céu azul de um outono pouco frio.








quarta-feira, novembro 15, 2006

mudasti !
















Pretérito


mais


que


perfeito.


terça-feira, novembro 14, 2006

hum, hum




ainda sobre a conversa anterior...













deixa-me rir


Manhã. Pequeno almoço em café de bairro.

Conversa entre Homem Gerente e Homem Cliente.


_ Sr. como está? Seria possível apagar o seu charuto? É que o cheiro aqui, sabe como é...


_ Ah, é proíbido, não vi a placa. Onde está?


_ Não Sr., não é proíbido fumar aqui. Estou a pedir-lhe apenas. O Sr. é livre para tomar a


decisão que quiser.


Homem Cliente saca da nota - 20 euros - Pague lá isto.


Homem gerente diz - Eu informei com gentileza, o Sr. interpreta como quiser.


Homem cliente - Aconselho-o a pôr a placa de proíbido fumar.



E o Homem Cliente saiu do café, de charuto na boca e boné na cabeça. Tranquilo.

domingo, novembro 12, 2006

devem ser os astros

e pronto lá está isto a repetir...

conjectura




onde estás Plutão?

e porque deixaste de ser um planeta?

dizem as más línguas:
o mundo nunca mais será como dantes...

.



onde estás Plutão?

e porque deixaste de ser um planeta?

dizem as más línguas:
o mundo nunca mais será como dantes...

.



sexta-feira, novembro 10, 2006

chá dançante



Glenn Miller no Coliseu de Lisboa, pela "Blue Paradise Big Band" (soa bastante bem).

Espetáculo no dia 20 de Novembro, às 21.30.

Aqui vão os preços, há para todos os gostos:

Plateia (fila AA a I)
40€
Plateia (fila J a S)
37,50€
Plateia (fila T a Z)
32,50€
Balcão Central
35€
Balcão Lateral (S/ marcação; Visibilidade Reduzida)
20€
Galeria de pé
10€
Camarotes 1ª Ordem (1 a 24 ; 6 pessoas)
210€
Camarotes 1ª Ordem (25 a 36 ; 5 pessoas)
150€
Camarotes 1ª Ordem (37 a 42;3 pessoas)
75€
Camarotes 2ª Ordem (1 a 24 ; 6 pessoas)
165€
Camarotes 2ª Ordem (25 a 36 ; 5 pessoas)
125€
Camarotes 2ª Ordem (37 a 42 ; 3 pessoas)
60€


terça-feira, novembro 07, 2006

abundância



Desconhece-se a história desta melancia. Pensa-se que tenha sido feliz, porque é farta e robusta. Ninguém ousa tentar abri-la. Pode ter demasiada vida lá dentro.

domingo, novembro 05, 2006

porque não?





Havia uma terra onde o inverno era tropical. Era inverno, realmente daquele mesmo em Dezembro, mas tropical. Assim quente e húmido (suava-se bastante naquela terra). Todos estavam adaptados aquele inverno, não conheciam outro e era impensável imaginá-lo doutro modo. Assim foi durante vidas, várias gerações e ciclos. Não nasciam diospiros naquele inverno. Ou romãs. Ou castanhas. Antes, colhiam-se morangos e ameixas de sumo e polpa. Acontece que um dia, sem ninguém (viviam pessoas naquela terra) pedir nada, caiu água do céu. Muita água, que caiu durante dias e dias, e até algumas semanas. Encolheram-se ombros incrédulos e os olhos estavam muito abertos. Fecharam-se as janelas e protegeram-se os umbrais. Ninguém pôde ir colher os morangos no solo, à espera, com medo de ser levado pela água. O velho mais velho da terra escreveu um poema que dizia - caíram algumas árvores que estavam velhas/ a água limpou a minha janela/ o gato não percebe o que se passa.

chico buarque



Emoção. O que dizer?

Esteve lá tudo, não era preciso mais nada.

A isso chama-se perfeição?

sábado, novembro 04, 2006

harmonia





Hoje ou ontem...ou terá sido ontem e hoje? A verdade é que ia ficando sem um olho por causa dos guarda-chuvas dos outros transeuntes. Humanos esses com quem partilho as minhas rotinas (mas não retinas).

A imagem escolhida remete-me para um desejo recorente - o de possuir poderes mágicos. Do género "Parilim parilim pum! E agora quando eu passar, tu o teu guarda - chuva vais levantar!"

E eu passava pela rua estreita

e o transeunte erguia a sua sombrinha

e eu agradecia.

sexta-feira, novembro 03, 2006

quinta-feira, novembro 02, 2006

tamariz


(29 de Setembro, 2006)

comboio rima com mar

mar rima com rotina

rotina rima com praia

praia rima com pressa

pressa rima com prazer


comunhão



quarta-feira, novembro 01, 2006

o que Dorian não pode ver



um retrato de Dorian

Dorian era um rapaz que não sabia nada da vida, mas queria saber. Para isso, perguntava aos seus amigos as melhores atitudes a ter, e quais as decisões mais sábias a ter. Assim seguia Dorian, ao sabor desta maré, e ficava muito contente quando todos planos se concretizavam. E geralmente tudo funcionava como uma engrenagem perfeita.
Um dia, o inesperado apareceu-lhe no caminho e Dorian logo imaginou as mais terríveis consequências. Assustado, dentro do seu roupão de veludo fino, escondeu-se debaixo da cama.
A Vida Vivida continuou lá fora, e ele nunca mais a viu.

Senhorita Novembro (que bien!)

É com alegria que inauguro um novo espaço, neste aquieagora - a Senhorita do Mês. No fundo, é uma homenagem singela a mulheres que se destacaram no mundo artístico ( nos seus diversos ramos) e que eu admiro, por várias razões.
Ora, para novembro, mês que se inicia agora agorinha, escolho a Sara Montiel, ou Sarita.
Porquê? Porque tem uma garra, um não sei quê. Acho que nunca vi nenhum dos filmes em que entrou (alguns mexicanos e muitos de hollywood), mas a sua fotogenia sempre me encantou. Descobri uns videos extraordinários no You Tube, que não consegui enfiar aqui, mas que aconselho uma espreitadela.
E pronto, vou dando notícias da senhorita, ao longo do mês.