Havia uma terra onde o inverno era tropical. Era inverno, realmente daquele mesmo em Dezembro, mas tropical. Assim quente e húmido (suava-se bastante naquela terra). Todos estavam adaptados aquele inverno, não conheciam outro e era impensável imaginá-lo doutro modo. Assim foi durante vidas, várias gerações e ciclos. Não nasciam diospiros naquele inverno. Ou romãs. Ou castanhas. Antes, colhiam-se morangos e ameixas de sumo e polpa. Acontece que um dia, sem ninguém (viviam pessoas naquela terra) pedir nada, caiu água do céu. Muita água, que caiu durante dias e dias, e até algumas semanas. Encolheram-se ombros incrédulos e os olhos estavam muito abertos. Fecharam-se as janelas e protegeram-se os umbrais. Ninguém pôde ir colher os morangos no solo, à espera, com medo de ser levado pela água. O velho mais velho da terra escreveu um poema que dizia - caíram algumas árvores que estavam velhas/ a água limpou a minha janela/ o gato não percebe o que se passa.
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4 comentários:
Apesar de não deixar nenhum comentário, vejo assiduamente o teu blog...e tenho a dizer que gosto e partilho muitas das tuas ideias...Continua! beijinhos Filipa Teresa
a sério? obrigada por me visitares! volta sempre,com ou sem comentários, beijinho grande.
Porque é que tens uma foto do meu gato no teu blog? Hm?
E porquê um bom texto por baixo?
Que raiva... essa mania de escrever bem!
Chama-se Iris e é uma gata...
Obrigada pela mania que me diagnosticas.
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