sexta-feira, dezembro 29, 2006

ainda vou a tempo ?


Sim eu sei...

nem uma palavra, nem uma alusão à época festiva...nada.

Lamento, mas às vezes o compasso da rotina (especificando: saída de lisboa), não emparelha com o tempo e espaço cibernético.

Mesmo assim, e com esperança de compreensão dos amigos leitores, deixo-os com os melhores amigos do inverno.

domingo, dezembro 17, 2006

gossip


(Gossip, Norman Rockwell)
Boato

é aquele mosquito que não se consegue matar.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

baby suicida


Baby engoliu uma rosa vermelha e, não tendo reparado nos espinhos, morreu.

Na verdade, queria apenas apaixonar-se.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

tip of the day


Pequeno apontamento culinário:

Nan (aquele pão indiano) com queijo Philadelphia...

Como?
  1. Comprar o queijo.
  2. Ir a um restaurante indiano comprar o pão (pedir p embrulhar e levar para casa)
  3. O óbvio...

segunda-feira, dezembro 11, 2006

passos

(Cristina's World
Andrew Wyeth, 1948. )



Cheira bem aqui. É uma sala enorme e cheia de tapetes. Todos os passos são assim, abafados. Factor importante se, por exemplo, Eugénia quer andar muito depressa ou mesmo, correr atrás de passos já dados.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

cinderela




Cinderela era uma rapariga muito distraída. Perdia muitas coisas, objectos importantes e outros.

Um dia, de inverno frio e seco, Cinderela saiu de casa.

Foi andando, desceu a rua devagar e, sem saber como, perdeu a vergonha.

terça-feira, dezembro 05, 2006

acção


(Kenney Mencher, 2006)
É uma palavra que vive debaixo de água.

Qual ninfa arruivada, assoma à superfície

sempre que o oxigénio

não é suficiente.

domingo, dezembro 03, 2006

no país das maravilhas

(Diana Thater, 1997. Projecção de imagens, video)


No País das maravilhas todos andam felizes. Há água suficiente e luz suficiente. Os cães estão sempre na rua, em sítios próprios para cães. Só se aproximam das pessoas quando precisam mesmo de uma festa. Focinho ou barriga. Naquele país, não existe uma única árvore morta, ou doente.

Alice viveu nesse país e tinha uma casa e um jardim, como todas as outras da sua rua. Usava vestidos especialmente costurados para si, com as suas cores preferidas. Gostava mais dos tons de azul ou verde.

Alice tinha sempre um avental, por cima dos seus vestidos. Gostava de pintar. Às vezes a vontade era tanta, que pegava nos pincéis, nas tintas, na água e nos óleos, e nem se lembrava do que trazia vestido.

Por isso mesmo, a mãe dissera-lhe: - "Alice, ou os vestidos ou a pintura. Não vês, como estão a ficar estragados?".
A menina ficou preocupada e até dormiu mal nessa noite. Sonhou com coisas estranhas, coelhos atrasados para a vida e um gato de sorriso trocista. Sonhou que se perdia num labirinto e não conseguia encontrar o caminho de saída. Na manhã seguinte acordou cansada, e com a sensação de ter estado a jogar um complicado jogo de cartas. Daqueles que fazem pensar. Doía-lhe a cabeça e sentia o seu cabelo tristonho.

O dia começou e parecia igual a todos os outros. Pequeno almoço – almoço – sesta. Alice foi deitar-se debaixo da árvore que mais gostava, a que tinha mais sombra. Fechou os olhos e sentiu o ar a entrar pelo seu nariz. Agora estava outra vez no caminho onde tinha encontrado o gato sorridente. Sentia-se diferente, já não estava assustada, e parecia mesmo que o seu passo seguia seguro. Caminhou bastante e conheceu muitos animais e pessoas diferentes.

Quando estava tentar entrar por uma porta muito pequena, ouviu uma voz : "Alice, Alice! Vamos, é hora de lanchar". Conhecia aquela voz, era a sua mãe a chamá-la. Não podia ir lanchar, não agora. Então, fez muita força para fechar os olhos. Depois, a voz tornou-se cada vez mais longínqua e desapareceu.
Finalmente, Alice conseguira entrar na minúscula porta, até porque ela própria ficara muito mais pequena. Ao espreitar o que estava no outro lado, Alice caiu, ou voou, ou planou como se fosse uma pena. Foi cair mesmo em cima de um tubo de tinta gigante. Azul Ultramarino, a sua cor favorita. Olhou ao seu redor e tudo era cor e movimento. Pedaços de tinta nasciam do chão e depois voltavam a desaparecer. Encostados ao longo das paredes, estavam pincéis de todos os tamanhos e feitios. Grandes árvores de papel, espalhavam-se pelo espaço, balouçando folhas de diferentes tamanhos e texturas.
Os olhos de Alice brilhavam muito, como se a verdadeira luz nascesse dentro deles. Fez muita força para não os abrir. Nunca tinha sido tão feliz.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

suspire-se

Torn Curtain, 1966
Julie Andrews e Paul Newman

senhorita dezembro (supercalifragilispiquéespiralidoso)


Hoje é Dezembro e há uma rubrica para fazer.

A pedido de várias famílias, a cara e personalidade escolhida para este mês é...Julie Andrews. Tenho pois que confessar, que não era esta a minha ideia para este mês. Mas! A minha caríssima opinião pública tem opinião, na verdadeira acessão do termo. E, sem mais demoras, passo às apresentações.

A fotografia é do filme "Mary Poppins", que é o meu preferido que a Senhorita protagoniza. Sempre tive um carinho muito especial por este filme. Para além de ter assistido (na já longíncua escola primária), a uma projecção em super 8 de partes do filme, ouvi durante anos e de forma obessessiva, umas cassettes da disney em português, que tinham a dita história.
(Julie ganhou um óscar e um globo de ouro, com este filme).

De facto, esta tornou-se a senhora dos filmes em família, do imaginário infantil, do natal.

Não esquecer porém, a sua presença no filme "Torn Curtain" (cortina rasgada?). Não é um dos meus preferidos do mestre Hitch, muito espião, muita cortina de ferro, muita conspiracice. No entanto, nada disto interessa para nada, porque a co-star da Senhorita é, nem mais nem menos, que o meu querido Paul Newman...

Bom, a ver se eu não me desvio do assunto...

Que mais há a dizer? Podia falar no "Música no Coração" mas, esse que é um dos ícones, a meu ver, dos filmes de sofá e família (no bom sentido!), está tão banalizado por tudo o que é produto televisivo, que me anula o entusiasmo de falar. Quem sabe daqui a uns tempos?

Deixo-vos com este bocadinho. E se puderem, revejam o " Mary Poppins" .